“Educação para não matar e não morrer” por Elisabeth Camilo

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Por Tino Ansaloni Publicado em 12/04/2012, 15:31 - Atualizado em 20/05/2012, 15:14
Nunca foi tão certa a proposição de que a educação é a base da cidadania. Educação precisa estar presente em todos os campos da atividade humana, desde o de convivência na rua onde se vive até o fato de não dirigir alcoolizado. Há alguns dias apenas, um casal morreu atropelado nas proximidades da casa noturna conhecida como “Portal”. Ali é possível verificar todos os desvios de conduta permitidos pela falta de educação para o trânsito e para a convivência com o trânsito. A referida casa fica próxima à margem de uma curva de estrada estadual, numa área de declive. Para não morrer ou não matar, é melhor não ir ao Portal já que pode-se morrer na estrada estando bêbado ou não. A posição geográfica estratégica da casa coloca seus clientes em risco. Saiu do baile, desatento, é atropelado por um motorista bêbado ou mesmo sóbrio que não conseguiu discernir a tempo o pedestre. O inocente motorista que vem de Belo Horizonte pela BR 356 e que decide entrar na cidade sem passar pelo bairro Saramenha, vai se deparar com os clientes entrando e saindo, de carro ou a pé, da casa noturna e pode não ter tempo para decidir se morre ou se mata. Todas as alternativas pensadas apontam para a chance de tragédias bastante anunciadas. O fato de alguém ir com veículo solicita da casa espaço para estacionamento, o que ela não possui para atender a todos os clientes, o que os faz estacionar em espaços na própria rodovia. Se bebeu e foi de carro, não tendo outro motorista para dirigir, pode matar ou morrer no trânsito. Se não bebeu e foi de carro, pode morrer pela ação de outro motorista embriagado ou matar o pedestre desavisado que, bêbado ou não, transita na rodovia como se fosse o atalho de sua casa. Se foi caminhando para o local, corre riscos ainda maiores de morrer, principalmente no caminho da volta quando há falta de iluminação na estrada. Nada contra o estabelecimento, deixo bem claro o meu propósito. A sugestão é que a casa se mude de espaço, proporcionando mais segurança aos seus clientes e evitando-se mais tragédias, como as últimas ocorridas. Vale inserir nesta nota algo muito importante: a educação para o trânsito precisa chegar também até o centro e os bairros de Ouro Preto. Alguém já presenciou blitzes com bafômetro nas ruas de nossa cidade? Alguém pode dizer que esta operação é apropriada para as metrópoles, mas então, surge outra pergunta para refletir: não é Ouro Preto uma cidade patrimônio mundial, cosmopolita portanto, em que as ruas vivem plenas de turistas de todos os lugares? Não merece ela ser tratada pelas autoridades do trânsito com mais atenção uma vez que um turista morto no trânsito levará o nome da cidade para as páginas policiais dos grandes jornais? Isso não macularia para sempre o nome de uma cidade que vive do turismo e para o turismo? A combinação de ruas estreitas, motoristas embriagados e sem habilitação, ladeiras e morros não pode ser comparada com uma bomba prestes a explodir? Assim, a tragédia com os clientes do “Portal” é apenas uma sinalização da necessidade de a polícia local tomar medidas mais enérgicas contra quem abusa do álcool e não desgruda do volante. Se houve blitze policial nas proximidades desta casa, muitos dos mortos e feridos dos últimos anos teriam sido poupados. Ali é perímetro urbano e merece ser tratado como área pertencente ao nosso patrimônio. O mesmo ocorre nos bairros do Veloso, do Taquaral, do Caminho da Fábrica, Pocinho e Saramenha/Bauxita, portais de entrada e onde constantemente vemos motoristas embriagados ou pedestres imprudentes. O uso do bafômetro pode ser um instrumento pedagógico muito útil para não matar e não morrer. A educação para o trânsito deve ser inserida nas escolas porque a criança e o jovem precisam compreender que o uso do cinto de segurança ou o ato de esperar que o ônibus passe para se atravessar a rua são gestos simples que permitem que vivamos mais um pouco. Quem sabe, estando as crianças e os jovens educados, nosso amanhã poderá ser melhor do que o nosso hoje, quando o trânsito brasileiro mata mais do que as grandes guerras atuais.... Elisabeth Camilo Entenda o caso - O atropelamento: Atropelamento faz duas vítimas em Ouro Preto-MG A manifestação de amigos e familiares: Mortes por atropelamento geram manifestação em Ouro Preto-MG

3 Comments

  1. luiza 12/04/2012 em 16:29- Responder

    o portal não tem nada a ver com esse acidente brasileiro tem o costume de jogar a culpa sempre em
    alguem,é um apena mesmo te acontecido as fatalidades,só temos que ter a conciencia que as coisas quando tem que acontece simplismente acontece,e mais ainda falar que os fregueses do portal são estranhos,o que isso tem a ver com o acontecimento essa parte pra mim foi um preconceito!!!

    • Tino Ansaloni 12/04/2012 em 21:16- Responder

      Poderia destacar, no nosso texto, onde citamos algo que denegrisse quem frequenta a casa de shows Portal de Ouro Preto? Em momento nenhum teremos a intenção de desqualificar pessoas ou estabelecimentos. Leia e releia o texto antes de fazer colocações incertas. Nosso Jornal tem sempre o intuito da informação de qualidade e bem estar social. Observe que é o único veículo de comunicação a cobrir fato tão relevante para a sociedade ouro-pretana e também para todos que usam a via onde está localizado o estabelecimento. Em momento algum citamos o que você disse: “fregueses do portal são estranhos”, portanto, por favor, não tente criar “situações”.

      Abraços e obrigado por ler nossa notícias. Esse Jornal é feito para todos.

  2. Luzia 12/04/2012 em 20:00- Responder

    Fiquei sabendo hoje da morte do grande whávila,grande amigo da familia,fiquei muito abalada,infelizmente mas uma trajedia com duas vitimas,ate quando meu deus isso vai,cada dia mas vitimas,e a lei seca como fica? Abraços aos familiares,que deus esteje com vcs neste momento tão dificil,meus sentimentos.

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